Helicobacter pylori

 

A bactéria responsável por facilitar o aparecimento da úlcera duodenal denomina-se Helicobacter pylori. Esta bactéria gram negativa consegue sobreviver num ambiente que é hostil à maioria das bactérias, pois possui factores intrínsecos como os flagelos (que permitem que atravesse o muco protector) e a expressão de factores de virulência, tais como:

  • Urease: permite a colonização do duodeno uma vez que catalisa a hidrólise da ureia que dá origem em última instância a amoníaco e ácido carbónico. O ácido carbónico em água ioniza-se e os seus iões H+ vão reagir com o amoníaco, o que leva à produção de NH4+ aumentando desta forma o pH do meio.
  • VacA (vacuolating citotoxin A): pensa-se que esta implicada na inibição da proliferação celular, na estimulação de vários sistemas de segundos mensageiros e na libertação de pepsinogénio.
  • Adesinas: Um conjunto de substâncias necessárias para a adesão da H. pylori às células epiteliais duodenais.
  • Cag A (Cytotoxin associated gene A): leva à transcrição de uma toxina que, uma vez ligada a receptores no hospedeiro, leva à produção de citocinas e a alterações no citoesqueleto.

A presença da bactéria na mucosa duodenal provoca uma resposta inflamatória que induz o recrutamento de células especializadas para o local de infecção. Estas células, quando se ligam a moléculas MHC, induzem a morte celular.

Por outro lado, se a bactéria conseguir introduzir o seu factor de virulência CagA na célula leva a um aumento da produção de citocinas. Estas citocinas vão estimular as células G o que aumenta a produção de ácido e por outro lado inibe as células S. Desta forma a mucosa é duplamente “atacada”.

Com o tempo este ataque torna a mucosa enfraquecida levando à ulceração.